domingo, 25 de novembro de 2012

Causos de Jandaíra


Domingão de sol, praia, dia muito agradável e antes que pensem que é propaganda de marca de cerveja, estou tentado lembrar mais um causo pra não passar o dia em branco.

Na areia da praia, na velha redinha de guerra, duas crianças brincam descontraidamente. Não sabem, elas que inspiraram um aprendiz de escriba.  
  
Pra completar a sena falta apenas o enredo e alguns personagens. O protagonista é um sujeito boa pessoa, como todo matuto. Hélio Negão era um dos dedicados escoteiros do Grupo Terra Mel, o antigo e extinto grupo de escoteiros de Jandaíra.

Numa das divertidas viagens do grupo a praia de Caiçara do Norte, Hélio se empolgou com o cenário e resolveu tirar o calção para mergulhar nas mornas águas do Atlântico, no ponto de frente ao saudoso Chapéu Virado, o bar mais popular e frequentado da praia.

Ao se banhar e sair da água, apresentou todos os dotes de negão arrancando gargalhadas do grupo e espanto do chefe. Hélio usava zorba de copinho, daquelas furadas e brancas, que quando molhou deixou a mostra todos os seus atributos.

Já refeito do susto e ao perceber o espanto provocado pelo escoteiro aos demais banhistas, o chefe ordenou: “Hélio, pelo amor de deus, pelo amor de Jesus Cristo, por tudo quanto é mais sagrado que existe no mundo, vá vestir a roupa”! 

O rapaz, sem entender o que se passava, perguntou: “Porque eu não posso ficar assim também?” A gargalhada do grupo foi maior ainda, ninguém conseguia controlar o rizo.

Hélio negão viu um amigo do grupo usando sunga e imaginou que fosse uma cueca. No direito, chamam isso de escusa de consciência ou algo parecido que exclui a ilicitude, quando alguém pratica um crime sem saber que a sua conduta é um fato criminoso. Como ele não sabia e não tinha como saber que o seu ato poderia ser atentado ao pudor, à sociedade perdoa o crime, mas não perde a piada.

Quando voltou pra buscar a roupa, duas crianças brincavam descontraidamente com o calção do ingênuo e divertido escoteiro.


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