Domingão de sol,
praia, dia muito agradável e antes que pensem que é propaganda de marca de cerveja,
estou tentado lembrar mais um causo pra não passar o dia em branco.
Na areia da praia, na
velha redinha de guerra, duas crianças brincam descontraidamente. Não sabem,
elas que inspiraram um aprendiz de escriba.
Pra completar a sena
falta apenas o enredo e alguns personagens. O protagonista é um sujeito boa
pessoa, como todo matuto. Hélio Negão era um dos dedicados escoteiros do Grupo
Terra Mel, o antigo e extinto grupo de escoteiros de Jandaíra.
Numa das divertidas viagens
do grupo a praia de Caiçara do Norte, Hélio se empolgou com o cenário e
resolveu tirar o calção para mergulhar nas mornas águas do Atlântico, no ponto de frente ao
saudoso Chapéu Virado, o bar mais popular e frequentado da praia.
Ao se banhar e sair
da água, apresentou todos os dotes de negão arrancando gargalhadas do grupo e
espanto do chefe. Hélio usava zorba de copinho, daquelas furadas e brancas, que
quando molhou deixou a mostra todos os seus atributos.
Já refeito do susto e
ao perceber o espanto provocado pelo escoteiro aos demais banhistas, o chefe
ordenou: “Hélio, pelo amor de deus, pelo amor de Jesus Cristo, por tudo quanto é
mais sagrado que existe no mundo, vá vestir a roupa”!
O rapaz, sem entender
o que se passava, perguntou: “Porque eu não posso ficar assim também?” A gargalhada do
grupo foi maior ainda, ninguém conseguia controlar o rizo.
Hélio negão viu um
amigo do grupo usando sunga e imaginou que fosse uma cueca. No direito, chamam isso
de escusa de consciência ou algo parecido que exclui a ilicitude, quando alguém pratica um crime sem saber que a sua
conduta é um fato criminoso. Como ele não sabia e não tinha como saber que o
seu ato poderia ser atentado ao pudor, à sociedade perdoa o crime, mas não
perde a piada.
Quando voltou pra
buscar a roupa, duas crianças brincavam descontraidamente com o calção do ingênuo
e divertido escoteiro.
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