Equipe do bloco Chupetinha formada por atletas de Jandaíra.
Foto: Blog Jandaíra em Foco
Não fosse um bloco de carnaval, o nome do time seria
estranho: “chupetinha”. Talvez não, pela cara dos garotos. Com idade em torno
de 18 anos, a maioria saindo da adolescência, mas jogando o fino da bola, a molecada do
chupetinha, formada por jovens de Jandaíra, está dando um show no ginásio de
Macau.
Nesta última segunda feira (28), venceu a equipe dos sombras pelo
placar de 10 a 2 e se classificou para as quartas de final do campeonato de
blocos de Macau. A partir de agora é mata, mata. Quem perder cai fora e na próxima
sexta tem mais um desafio pra a gurizada jandairense.
Os dribles curtos, o toque de bola e as triangulações, que
encantam a torcida no ginásio, lembraram-me do filósofo da bola, Dadá
Maravilha. Não pelo futebol, mas pelas célebres frases dignas de destaque na
sociedade dos poetas tortos.
Uma delas: “Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”.
Mas o que isso tem haver com o
chupetinha? Calma, senhor leitor!
É apenas uma comparação entre o futebol apresentado pelos
jovens jandairenses e as várias boas equipes de futebol formadas no município. Já vi muito time bom e bons jogadores no
torrão jandairense. Já vi muito craque de bola dar alegrias as torcidas do
Grêmio, Palmeiras, Flâmengo de Arueira e tantos outros.
Também já vi bons times no futsal disputando campeonatos
municipal, regional e até estadual. Mas, nunca tinha visto uma equipe de Jandaíra
jogar o fino do “futsal” como esses garotos jogam.
Nego Chimba, Geovane, Neguinho, Bolo, Jeffinho, Matheus,
Renny, Josimar, Bruno Alexandre e Douglas, além do talento nato, também sabem
jogar. Jogam fazendo triangulações, sabem fazer os movimentos de quadra, toca e
sai como se exige no curto espaço disponível.
Na quadra, eles giram com a bola e a cada jogada um deles
aparece fazendo a clássica, conhecida, mas sempre mortal jogada do pivô, de costas
pro gol, rolando pra quem vem de trás arrematar e correr pro abraço.
Certo que o poeta não é tão torto assim, se fosse não parava
no AR. Vou deixar de enrolação e dizer
que o futebol é muito diferente do futsal. Uma vez, eu mesmo tentei explicar
isso, ocorre que eu não sabia que no esporte a cultura e os costumes também são
difíceis de serem modificados.
Sorte desses garotos que aprenderam, desde cedo, a observar
falcão e companhia nas manhãs de domingo.
No final do jogo, o craque do time concedia entrevista aos repórteres
de rádio. Não resistir e fui matar as saudades do meu tempo de repórter
esportivo.
Também não resistir e quis matar a curiosidade: Nego Chimba,
onde vocês aprenderam a jogar assim? A resposta foi surpreendente: quando um músico
aprende a tocar de ouvido, sem conhecer as notas musicais, isso é talento.
Nego Chimba, craque da partida com sete gols, respondeu que
aprendeu a jogar futsal assistindo os jogos da seleção brasileira pela
televisão. Isso, meu caro leitor, também é talento.
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